A tecnologia móvel de 5ª geração foi lançada oficialmente no Brasil em julho deste ano. A operação começou por Brasília (DF) e vai chegar gradativamente às capitais. Entenda o que muda com a chegada do 5G em Santa Catarina.

No mês de julho deste ano finalmente chegou ao Brasil a tecnologia de dados 5G, que promete acelerar conexões, negócios e inovação no ambiente digital. O lançamento da rede móvel ocorreu em Brasília, mas já chegou a capitais como João Pessoa (PB), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Salvador (BA), Rio de Janeiro e em Florianópolis (SC). A promessa é que até o final de setembro esteja presente em todas as capitais.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a frequência operada na capital catarinense será na faixa do 3,5 GHz (Giga-hertz) — a mais potente dentre as licitadas.

Para conseguir acessar a tecnologia de quinta geração é necessário utilizar um aparelho compatível. A Anatel preparou uma lista de aparelhos homologados para acessar a rede 5G.

Regulamentação

Para que a tecnologia de fato seja instalada é necessário que os municípios façam a regulamentação no âmbito municipal, que precisa adequar a legislação para permitir a instalação de mais antenas. Florianópolis esteve à frente de outras cidades porque foi a primeira cidade do sul do país a fazer a regulamentação das antenas — um passo fundamental para viabilizar o 5G.

“Essa lei serviu de base para outros municípios criarem as suas próprias leis e hoje nós regulamentamos os aspectos que ainda não haviam sido regularizados, como por exemplo a instalação das antenas. O 5G tem uma característica, ele é muito potente, mas ele requer um número maior de antenas. Mas essas antenas são pequenas, mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapato. E nós vamos começar a ver a partir da próxima semana que as operadoras de Telecom vão começar a instalar essas antenas para propagar o sinal de 5G na cidade”, destacou o prefeito de Florianópolis, Topazio Neto.

No final de julho foi sancionada a lei 14.424, que autoriza a instalação de infraestrutura de telecomunicações em áreas urbanas caso o órgão competente não se manifeste em 60 dias. Conhecida como “silêncio positivo”, a autorização tácita deve acelerar a implantação das antenas 5G de internet no país. Mas mesmo com a lei é importante que as cidades se debrucem sobre o tema, criando regulamentações próprias de acordo com a especificidade de cada local.

Iniciativas do Ciga para implantação do 5G

O Consórcio já vem trabalhando de forma intensa desde 2021 para ajudar aos municípios catarinenses avançarem na implantação da nova tecnologia. Em junho deste ano realizou uma discussão on-line abordando o tema regulatório.

O encontro, que foi conduzido pelo presidente do Ciga e prefeito de Pomerode (SC), Ércio Kriek, contou com representantes de mais de 70 cidades. “Cada município precisa ter a sua legislação e quanto mais informações tivermos mais eficientes serão as leis. Que possamos cada vez mais enxergar que quanto mais unidos, quanto mais trabalharmos em conjunto, mais fortes e eficientes nós seremos”, disse Kriek na ocasião.

Confira uma previsão da ativação do sinal 5G em Santa Catarina

¹ No mínimo uma antena para cada 50 mil habitantes. ² No mínimo uma antena para cada 15 mil habitantes. Fonte: https://www.gov.br/anatel/pt-br/regulado/universalizacao/compromissos-do-leilao-do-5g

É importante ressaltar que o calendário está em constante mudança e pode sofrer alterações.

O que muda com o 5G

A nova geração vai oferecer mais velocidade e latência (tempo de resposta) menor. Com isso abrem-se novas aplicações para a tecnologia, como por exemplo a operação de carros autônomos, cirurgias realizadas de forma remota, aceleração da transmissão de vídeos (streaming). A rede chegará a ser até 100 vezes mais veloz do que o 4G.

Desenvolvimento econômico

O 5G deve gerar um impacto positivo na atividade produtiva do país. Segundo uma pesquisa realizada pela Equinix em 2020, 47% dos tomadores de decisão em TI dizem que o 5G possibilitaria a utilização de novas tecnologias em suas áreas de negócios.

Devem ocorrer transformações principalmente na indústria em áreas ligadas à automação. Entram em pauta de forma mais forte assuntos como inteligência artificial, realidade aumentada e realidade mista, que vai permitir a conexão entre equipamentos e máquinas de domésticas, comerciais e industriais por conta da Internet das Coisas (IoT). Todas essas mudanças tendem a impactar positivamente o PIB do país.

Conectividade em SC

Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) cerca de 90% dos moradores são atendidos com as conexões de 4G. Os outros 10% ainda aguardam redes mais velozes, geralmente em regiões rurais ou em cidades com menos habitantes.

Segundo levantamento, cerca de 21 cidades ainda não contam sequer com cobertura de telefonia celular. Outras 34 cidades apenas cerca de 50% dos moradores conseguem se conectar ao 4G.

Em alguns dos locais que contam parcialmente com o 4G ele só está acessível no centro das cidades. A prática mais comum é assinar um provedor de internet e conseguir o acesso pela rede fixa, que nos últimos anos teve uma evolução de qualidade com a popularização da fibra ótica.

Um dos requisitos no leilão do 5G foi a ampliação da rede para rodovias e localidades rurais. Nestas áreas, onde a concentração populacional é menor, a exigência pode ajudar a reduzir as áreas de sombra — sem cobertura.