Serviços públicos digitais avançam pelo país

Serviços públicos digitais avançam pelo país

Mais de 80% da população já tem acesso à internet regularmente; País ocupa posição de liderança no ranking mundial de serviços digitais

Em março de 2021 o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou uma pesquisa que mediu a satisfação dos brasileiros com os serviços públicos digitais. O levantamento, feito nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, aponta que 85% da população brasileira está adaptada ao mundo digital. Dos entrevistados, cerca de 70% têm conhecimento dos serviços disponibilizados pela União, estados e municípios. Mas cerca da metade do público que respondeu o levantamento declarou não estar satisfeito com a oferta de serviços públicos.

Apesar disso muitos avanços já foram feitos. O Brasil ocupa atualmente a 20ª posição em um ranking da ONU que mede a oferta de serviços digitais. O País ocupa a primeira posição da América do Sul e está à frente de países como Canadá, Chile, Uruguai. Atualmente ocupamos a 5ª colocação no ranking mundial de cidadãos conectados à internet.

No final do mês de junho entrou em vigor no país a Lei do Governo Digital. Aprovada em março deste ano, a medida estabelece regras e instrumentos para o aumento da eficiência da Administração Pública, especialmente por meio da inovação e da transformação digital.

Na prática, a norma estabelece as bases para a digitalização dos serviços públicos, como a emissão de certidões, atestados e outros documentos com validade legal que geralmente fazem o cidadão passar por uma peregrinação entre diversos órgãos para conseguir. Com a digitalização essa tarefa fica mais fácil.

A Previdência Social, por exemplo, já permite o atendimento remoto pelo aplicativo Meu INSS. A Carteira de Trabalho Digital também está ganhando mais adeptos, e além de mais prático para o cidadão é mais barato para o Governo Federal. “O custo para a emissão da carteira de trabalho papel é de R$ 70, contabilizando tudo que está incluso na cadeia para a produção do documento. O mesmo documento digital custa poucos centavos”, afirma Luis Felipe Monteiro, secretário de Governo Digital, pasta vinculada ao Ministério da Economia.

Entevista do secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro, no programa Brasil em Pauta. Foto: Marcello Casal (Agência Brasil).

O uso de plataforma única de acesso a informações e serviços, chamada o gov.br, está ajudando a unificar os esforços de transformação digital das várias esferas de governo. Com o acesso ao gov.br com apenas um login, feito pelo CPF, o cidadão consegue acessar diversos serviços. “Ir para o digital é a única forma de nós melhorarmos a qualidade e reduzirmos radicalmente o custo dos serviços. O serviço público digital é 97% mais barato no meio digital. Até o final de 2021 seremos 100% digitais”, garante Monteiro.

Assinaturas eletrônicas

O uso de assinaturas eletrônicas já é uma realidade para muitos brasileiros, em uma tendência que foi acelerada após a pandemia de COVID-19. Para abrir ou alterar uma empresa já é possível realizar o processo todo de casa, utilizando os certificados digitais. A Lei 14.063/2020 veio para ajudar a definir as regras do e atualizar o processo legal dos avanços tecnológicos, definindo, por exemplo, o uso de assinaturas eletrônicas avançadas, como a emitida pelo CIGA gratuitamente para uso em sistemas de informação utilizados no Consórcio.

Os usuários do e-CIGA, por exemplo, já podem utilizar a assinatura eletrônica na tramitação de processos, contando com toda a confiança da certificação digital; ou utilizá-la na publicação de atos no Diário Oficial dos Municípios, que também podem ser feitos com o certificado de cadeia própria emitido gratuitamente. Para gerar a validade legal basta apenas que as prefeituras regulamentem o uso das assinaturas do Consórcio de Informática na Gestão Pública Municipal.

Em sintonia com a onda de transformação digital que vai modificar o relacionamento dos cidadãos com o setor público o CIGA também vem buscando parcerias, como a firmada com a Secretaria de Governo Digital. Para realizar a assinatura eletrônica avançada do CIGA basta realizar o login pelo gov.br, não havendo necessidade de uma nova verificação de identidade para a emissão.

O CIGA conta com uma gama de soluções focadas em câmaras, prefeituras e outros órgãos públicos. Os softwares são pensados e desenvolvidos para resolver problemas reais do dia a dia do serviço público, ajudando na melhoria do atendimento ao público. “Nossa proposta é fazermos a aproximação dos órgãos públicos com os cidadãos, permitindo serviços mais rápidos, ágeis e preparados para uma nova era de transformação digital”, frisou Alexandre Zancanaro, que além presidir o Consórcio também é prefeito do município de Campos Novos (SC).

Papel Zero

Em 2021 a João Pessoa adotou o e-CIGA como o sistema que vai gerenciar os processos eletrônicos na capital paraibana. O órgão lançou em abril deste ano o projeto Papel Zero, que visa otimizar processos, reduzir burocracias e despesas. Nas contas da prefeitura a economia direta com o uso do sistema será entre R$ 11 e R$ 16 milhões por ano.

Cerca de 38 mil servidores municipais já iniciaram os treinamentos para utilizar o e-CIGA. Até dezembro eles estimam não precisar mais de papel, além de dar mais transparência aos processos, que podem ser consultados pela internet por qualquer pessoa.

Prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena, assinando ordem de serviço do Papel Zero. Foto: Secom-JP.

“Este é um momento importante para a gestão pois é o cumprimento de nossa palavra no sentido de gestão eficiente e que facilite a vida da população. O objetivo é fazer um serviço público com a maior qualidade possível. O cidadão vai ter sua vida facilitada podendo acessar seus processos junto à Prefeitura do seu celular, do seu computador, acompanhando cada etapa”, explicou Cícero Lucena, prefeito de João Pessoa.