CIGA vai ajudar municípios a acelerar a adoção do 5G em Santa Catarina
O presidente do CIGA e prefeito de Campos Novos (SC), Silvio Alexandre Zancanaro, participou na tarde desta quinta-feira do evento “Desafios da gestão pública municipal diante da chegada do 5G”, que aconteceu na Acate, em Florianópolis. O evento reuniu representantes do Governo Federal, Legislativo de Santa Catarina, gestores do Executivo Municipal e outros convidados.
Com a chegada da internet de 5ª geração no país a taxa de latência e a velocidade das conexões vai ter um salto na qualidade dos serviços e abrir o mercado brasileiro para diversas aplicações que ainda não são viáveis, como por exemplo projetos de carros autônomos, uma série de outras aplicações para internet das coisas (internet of things) e até mesmo a automação na indústria e no agronegócio.
Uma preocupação dos gestores é permitir um ambiente favorável para levar o 5G para além das capitais. “A chegada do 5G nos municípios menores de 80 mil habitantes vai permitir, por exemplo, a expansão da automação no agronegócio. As indústrias de laticínios e a agricultura podem ganhar ainda mais performance”, salientou Zancanaro.
Uma das missões do CIGA é atuar na democratização do acesso à internet, em especial nos municípios menores, grande parte dos consorciados do CIGA. “Vamos propor iniciativas para avançar sobre a legislação municipal visando acelerar a instalação de mais antenas. No 5G é necessário 5 vezes mais antenas do que a tecnologia atual”, destacou.
No padrão de países como os Estados Unidos cada antenas deveriam atender um universo de cerca de mil pessoas. No Brasil, em áreas periféricas, uma antena chega a atender 10 mil pessoas, uma das causas na lentidão dos acessos em áreas menos visadas pelas operadoras. Com as dificuldades da regulamentação atual, que é da época da primeira geração de celulares, as empresas priorizam as áreas mais nobres com maior densidade populacional.
Como forma de ampliar a conectividade dos municípios os gestores tendem a fazer operações conjuntas para acelerar e desburocratizar as ações necessárias. Com isso o 5G vai poder conectar mais cidades do estado em um tempo menor. Como ajuda para essa ação, a Anatel disponibilizou orientações para as prefeituras visando dar melhor entendimento de como aplicar essa nova tecnologia de forma igual para todos.
No edital do leilão do 5G é permitido que as empresas priorizem a disponibilidade da implantação em cidades que já têm o caminho livre na área da regulamentação. A Anatel disponibilizou, inclusive, informações para incentivar as câmaras municipais e prefeituras a reduzirem as barreiras de conectividade (acesse aqui). Com isso os gestores podem facilitar a adoção da nova tecnologia nas áreas geridas pelo município.
Para Marcos Lichblau, superintendente de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Florianópolis, é importante priorizar a agenda de implantação do 5G para permitir que as empresas não fiquem para atrás em critérios de competitividade em comparação com empresas de países onde o 5G já está consolidado.
Segundo o vice-prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, a cidade vai sancionar amanhã (05/11) a lei do 5G aprovada na Câmara Municipal. “O maior problema da cidade com a expansão das antenas era o licenciamento ambiental. Como as antenas são menores e com menor impacto visual isso deve facilitar a implementação”, frisou Neto.
O evento contou com a participação de Eduardo Amaral – Coordenador-Geral de Telecomunicações da Secretaria de Desenvolvimento da Infraestrutura (SDI) do Ministério da Economia (ME); Topazio Neto – Vice-prefeito de Florianópolis; Marcos Lichtblau -Superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura Municipal de Florianópolis; Jair Miotto – Deputado Estadual/SC e Presidente da Comissão De Economia, Ciência, Tecnologia, Minas E Energia; Silvio Alexandre Zancanaro – Prefeito de Campos Novos e Presidente do Consórcio de Informática na Gestão Pública Municipal – CIGA; Luciano Stutz – Presidente da Abrintel e do Movimento Antene-se.
Leilão do 5G
O leilão da concessão da tecnologia de comunicações de 5ª geração ocorreu ontem (4/11) em Brasília, e se tornou o segundo maior da história do Brasil, com o valor de R$ 46,790 bilhões. O ágio médio dos preços mínimos estabelecidos foi de 247%, mas em alguns casos chegou a 13.000% (segundo dados da Conexis, que representa a maior parte das operadoras)
As maiores operadoras que atuam no Brasil (TIM, Vivo, Claro) arremataram os grupos mais nobres, mas outras quatro empresas passarão a integrar a oferta de serviços de telecomunicações, o que vai acirrar a disputa pelo consumidor no âmbito regional e pode impactar na oferta de preços e melhoria de serviço.
O início das operações comerciais do 5G está previsto para julho 2022. O Brasil será o primeiro país da América Latina a adotar a tecnologia.